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Medidas adotadas pelos supermercados no Combate ao Desperdício de Alimentos

Doações, rebaixa de preços, coprodutos, itens fracionados, marco regulatório sobre a validade de produtos marcam as ações do varejo neste Dia Mundial de Combate ao Desperdício de Alimentos

 

Por Marcio Milan, vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS

 

Neste 29 de setembro – Dia Mundial de Combate ao Desperdício de Alimentos – é novamente o momento de dar visibilidade às boas práticas que contribuem para elevar a eficiência operacional ao mesmo tempo em que combatem o desperdício de alimentos.

 

Uma delas é a doação segura de alimentos que ganhou segurança jurídica com o lançamento do Guia para Doação de Alimentos com Segurança Sanitária  produzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Com a medida as doações de alimentos passaram de 54,8% em 2021 para 57% em 2022. De acordo com a Pesquisa Eficiência Operacional, o Mesa Brasil do Sesc é o maior parceiro do varejo no recebimento das doações, com 33%, seguido das instituições religiosas (22%), pessoas em situação de vulnerabilidade social (17%) e bancos de alimentos (14%).

 

Outra eficiente medida veio do Ministério da Agricultura com a Portaria nº 458 de 2022 que retirou a exigência da fixação do prazo de validade das embalagens dos vegetais frescos e embalados. Para o MAPA, o consumidor é capaz de identificar de forma visual se esses alimentos estão aptos para consumo. Assim, os produtos antes descartados devido ao prazo de validade estampado na embalagem passaram ser comercializados com segurança. Os vegetais frescos embalados estão nas gôndolas de 77,8% das lojas.

 

As vendas sociais, por sua vez, continuam surtindo efeitos. São alimentos próximos do fim da validade que são comercializados – por meio de uma comunicação transparente com o consumidor – com desconto gradual que pode atingir 50% do preço. Essa ação, conhecida por rebaixa de preços, está presente em 97,7% das empresas supermercadistas.

 

Mais um destaque é a venda de itens fracionados. São produtos como alho, banana, que podem se desprender, respectivamente, da cabeça e da penca, e são reagrupados e embalados para venda, evitando o desperdício de alimentos. Hoje 68,9% das empresas já adotam esse procedimento.

 

transformação de produtos (coprodutos) como baguetes, panetones sem condições de vendas devido a avaria nas embalagens ou, no caso dos pães porque perde a crocancia, são transformados em produtos com maior durabilidade de prateleira como torradas e farinhas de rosca.

 

Em outra frente de combate ao desperdício de alimentos, a cadeia de abastecimento conta com o Programa Embalagem na Medida – lançado neste ano – para evitar, por exemplo, o dano em alimentos decorrente de empilhamento de embalagens sem uma padronização de base desde a colheita, passando por grandes centros de distribuição (Ceasas) até chegar às gôndolas dos supermercados.

 

No entanto, ações mencionadas podem ter resultados ainda mais efetivo com o enfrentamento do desperdício causado por prazo de validade. Ele representa 43% dos da chamada quebra operacional. São mais de 141 mil número de itens ativos nas lojas a serem gerenciados no dia a dia, seja com uso de tecnologias ou de forma manual. Neste universo estão, principalmente, frutas, verduras e legumes e os alimentos não perecíveis.

 

Nesse aspecto, a indústria e o varejo sugerem a adoção da Modernização nos prazos de Vencimento (Best Before – melhor consumir até) – conceito regulatório que indica o período mínimo que um produto mantém o sabor e o valor nutricional, caso seja armazenado conforme as determinações do fabricante e mantido em embalagem fechada.

 

A data de validade é determinada pela indústria com base em parâmetros que analisam a crocância, o sabor, o valor nutricional. E isso não significa que um alimento está ruim para o consumo imediatamente após a expiração do prazo estampado na embalagem. Todavia, da forma como é informada ao consumidor, ela contribui para descarte de alimentos – ainda seguros para o consumo. É importante destacar que não se trata de recomendar o consumo de alimento impróprio, mas sim de olhar os exemplos mundo a fora que já adotam o conceito como forma de combate ao desperdício de alimentos, uma vez que ele está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS 12.3) e tem como meta reduzir o desperdício de comida até a metade de 2030.

 

Podemos assegura neste 29 de setembro que todos os elos da cadeia de abastecimento estão envolvidos em ações de combate ao desperdício de alimentos e os prazos de validade é o tema central da nossa agenda, pois sabemos que a Modernização nos Prazos de Vencimento (Best Before – melhor consumir até) é um caminho seguro para eliminar o desperdício de alimentos.

 

Redação SuperHiper

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